O papel e função da crítica frente à arte contemporânea
O público que está sempre sendo exposto a produções totalmente diferentes com propostas sempre novas, precisa se situar, e o crítico será seu porta-voz e guia. Um dos seus desafios é reconhecer em meio a inúmeras produções a existência de um valor artístico através do seu exercício de análise, discernimento, separação e avaliação das obras. Seu trabalho se torna ainda mais difícil na contemporaneidade, pois ele não tem um modelo em que se apoiar como tinham antes os da academia.
O ato crítico envolve aprender a olhar, segundo Jacques Lenhardt, filósofo, crítico e diretor de estudos na École des Hautes Études en Sciences Sociales, pois a análise de uma imagem incita a sensibilidade e pode ser desenvolvido por todos. O Crítico de arte pode ser considerado um professor que vai indicar pontos em uma obra, mas que não deve ser levado somente em conta, ele indicará o caminho para o público desenvolver o seu senso acerca da arte, para posteriormente formar um juízo de valor para a produção.
A noção temporal na arte contemporânea também se diluiu, pois ela está sempre em um fluxo transitório fazendo com que suas formas de expressões estejam sempre sendo renovadas. Tal fato faz com que o espectador muitas vezes não capte o sentido e a proposta no momento da produção, que se faz importante por estar inserida em um contexto influenciado pelo meio em que foi criado, mas que se não for percebido pode sofrer ressignificações com o tempo. O crítico deve se ocupar, então, em ser intermediário entre o artista e o público, e a crítica com a função de interpretação e reflexão para a compreensão do fenômeno artístico no momento de sua produção.
Por Bárbara Evellyn
Imagem via 2day