Dos relatos das experiências vividas pelo xamã yanomami Dani Kopenawa nasceu o livro "A queda do céu", nome que serviu de referência para a exposição idealizada pelo curador Moacir dos Anjos. A exposição articula obras de diversos artistas que se utilizaram de diferentes meios para tratar a questão indígena, que muitas vezes é negligenciada pela sociedade.
Com obras que expressam a luta e o sofrimento dos povos yanomami e de outras etnias, o espaço que abriga a exposição, também abriga um alerta para todos que vivem na Terra. O desmatamento, a contaminação dos solos e rios, a poluição, antes mesmo de afetar diversas tribos, será consequência premeditada para todos. O xamã é como um organizador do caos, a sua morte junto ao extermínio de sua tribo, impediria-o de avocar os espíritos que nele habitam para poder conter tal transtorno. Tal fato na mitologia yanomami causaria fraturas no céu, que estando enfraquecido desabaria, marcando o fim de todas as formas de vida.
Os artistas não encontraram limites nos meios de suas produções artísticas, fizeram uso de vídeo e fotografia, como também fizeram instalações para passar o sofrimento que índios foram submetidos. Além de tratar dessa questão, a exposição seria a articulação de diferentes trabalhos com o objetivo de aproximar o público da realidade desses povos. A despossessão de terras; a introdução de doenças devastadores; a destituição dos seus meios de sobrevivência; a incalculável morte dessa população, "A queda do Céu" coloca em ênfase que mais o que um problema da população indígena, esse é um problema nosso.
A exposição está sendo realizada no Paço das Artes, a abertura foi dia 10/04 e vai até o dia 05/07. A entrada é gratuita.
A segunda foto foi retirada da pagina do Paço das Artes no facebook, do dia em que visitei a exposição.