Foto via Sesc
O post não será especificamente uma descrição do Método Abramović, e sim um relato da minha experiência nele, as sensações que me foram proporcionadas. Mas você pode saber mais sobre a Marina Abramović, o Método, e a exposição dela aqui.

Ao participar do Método Abramović, no começo fui imensa em uma dimensão de ansiedade, medo, pânico e angústia, vindos do meu interior do acúmulo excessivo do estresse da rotina cotidiana que vivemos no mundo contemporâneo. No começo de cada sessão fiquei muito inquieta, mas ao passar os minutos, meu corpo e mente, como em uma fusão metafórica, faziam parte da madeira e cristais envolvidos. Ao término das sessões minha percepção da realidade estava totalmente diferente, passei a sentir a passagem do tempo de outra maneira. 

São raros os momentos que paramos para perceber que por vezes vivemos como máquinas. Vivemos na correria de cumprir tarefas, chegar no horário. Vivemos estipulados por prazos. Esquecemos como somos seres sensíveis, e a apreciar o instante. Como é difícil pararmos para contemplar uma obra de arte, queremos engolir o museu inteiro de uma só vez. 

Uma das propostas do Método Abramović é a reflexão da percepção do tempo. Sem relógio, celular ou qualquer eletrônico, ficamos perdidos do senso temporal. Nas sessões que parecem que vão ser demoradas, acabam sendo muito rápidas. É um desapego do tempo marcado pelo relógio. Alguns momentos de nossa vida passam mais depressas que outros, e os ponteiros andam iguais para ambos. O tempo de um beijo, não é o mesmo de uma fila de banco. 

Como em um quarto escuro, estava sozinha, longe do barulho da cidade, da correria, do tumulto, não tinha como fugir de estar comigo mesma, então experimentei uma nova conexão pessoal durante o tempo que passei no Método, porém essa experiência não ficou somente lá. Tudo o que eu passei lá, como em um autoconhecimento, pude absorver o máximo que consegui. 
No final aquela ansiedade e inquietação se transformaram em calma, serenidade e nirvana. 


Algumas fotos que tirei da exposição MAI

A foto utilizada no começo do texto pertence ao Sesc. Todos os direitos reservados. 


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